Vida de AuPair; Entrevistando Karol Coelho

Conheci a fofa da Karol Coelho através do YouTube, em uma das minhas madrugadas acordada, procurando informações sobre o intercâmbio de Au Pair. Quando assisti seu primeiro vídeo, não consegui parar, com o seu sutaque carregado e de  forma mais clara ela conseguia descrever o dia-a-dia de uma au pair.
Quando decidi falar sobre intercâmbios no meu blog, logo pensei em fazer entrevistas com intercâmbistas e ex-intercâmbistas, nada melhor do que experiências reais para realmente saber como é. E não tive dúvidas, a Karol seria a primeira. 
Quando a convidei, ela topou na hora e mesmo com seus horários apertados e sem tempo, ela parou um pouquinho e respondeu a todas as minhas peguntinhas. Vamos conhecê-la melhor?

BBBJ - Com quantos anos você decidiu ser Au Pair nos EUA? Quais foram os motivos para você largar tudo aqui e ir se aventurar nessa louca vida?

KC - Decidi ser au pair no incío dos meus 22 anos, fui com 23. Passei 1 ano pesquisando sobre o assunto. Decidi largar tudo, pois sempre quis fazer intercâmbio, aprender inglês direito, ser fluente. Queria experiementar uma vida nova, longe de casa, viver do meu próprio dinheiro. Além de estudar muito, viajar para lugares que eu so via na tv, dançar com bailarinos e coreográfos que eu admirava e admiro. Conhecer novas pessoas, ter novas experiências.

BBBJ -  Sua família, aqui no Brasil, em algum momento foi contra a sua escolha? O que você fez para mostrá-los que aquilo era importânte para você?
 
KC - Somente meu pai. Ele sempre foi muito protetor e tinha medo de eu não voltar, mas conseguimos passar por isso e no final ele me apoiou sim. Tentei conversar muito com ele, ele sabia que era importante e que seria muito bom pra mim, mas o sentimento de pai protetor fala mais alto. No final isso foi muito bom pra ele também, pois aprendeu a viver sem me controlar 24h e hoje ele é muito tranquilo em relação a isso. Cortamos o cordão.


BBBJ -  Como foi o processo todo antes de ir? Como você fez para escolher qual a melhor agência? E qual agência você foi?

KC - O processo foi longo, pois eu queria ter certeza de tudo. Li vários blogs, falei com varias meninas e meninos. Vi os aspectos ruins e bons. Se seria capaz de passar 1 ano ou mais cuidando de criança. Você tem que ter certeza de tudo isso. Escolhi a agência por referências e instinto. Achei que ela era mais focada no programa de au pair e teria mais familias, porque problemas todas terão. Agência é igual a plano de saúde. (risos).

BBBJ - E a escolha da Host Family? Com quantas famílias você conversou, antes de fechar o match? Quais foram seus requisitos para tal escolha?

KC - Nossa eu fui bem chatinha na escolha. Não foi ser chata em si, mas ter meus quesitos, porque você tem que levar em consideração que você vai morar lá fazendo isso, nas circunstancias que você aceitar. Não é só o fato de ir por ir, tem que ter cuidado e pensar com a cabeça e não no impulso desesperador de fechar com uma familia. Meus quesitos: Pais trabalhando o dia todo e fora de casa, 2 kids, até 3 e tinha que ter um baby, pois baby ocupa toda a sua carga horária na semana e assim eu teria final de semana off. =) Mas cuidado, tem que te experiência com baby e gostar disso, pois da trabalho. Carro meu e celular, óbvio. E eu não gostaria de morar em local muito frio, mas não seria um empecilho só não gostaria. Conversei com muitas familias até encontrar a perfeita e ai sim os desesperei para fecharem comigo, pois pra mim era a família perfect.


BBBJ - Para qual cidade você foi? Era um bom lugar de se viver? Quais eram as suas diversões por lá?

KC -
Fui morar na Califórnia baby! City of Mountain View, 40 min de San Francisco. Era um ótimo lugar pra se viver. A Califórnia é a melhor. Me divertia muito por lá, ia ao mall (shopping). Nos finais de semana ia para San Francisco, onde pode-se fazer vários passeios ou só matar o tempo, por lá sempre tem muita coisa pra fazer, tem praias por perto e por muitas vezes fui na de Santa Cruz. Tem vários shows na Bay Area, principalmente no verão. O clima é muito propicio para estar ao ar livre. Fica pertinho de Los Angeles, 6h de carro e 1h de voo. 

BBBJ - Fazer amizades com outras Au Pair's é legal? Principalmente brasileiras? Tem meninas que não aprovam isso, pois preferem se ''isolar'' do bom e velho português. Será que amizades assim, não façam com que você se mantenha ''firme e forte'' por lá?
 
KC - Não concordo com isso de isolar o português. Claro que não é bom você só ficar falando em português assim que chega. Tem meninas que no próprio treinamento já se juntam com brasileiras (sei que é mais fácil) e ficam juntas direto, mas gente, tem muitas pessoas de outros paises por lá, façam amizades! É sempre bom. Eu conhecia meninas brasileiras, mas falava em Inglês com elas. Ficar falando em português é opção extremamente sua, lembre-se que se você está lá para aprender o inglês e sua amiga também. Então isso não impede você de falar com brasileiros. E com o tempo você vai acostumando, vocês vão estar misturando tudo uma hora ou outra, começam a conversa em inglês, depois vai pro português, volta pro inglês, mas isso faz parte e vocês se ajudam. O se manter firme e forte depende muito, sua grande amiga lá pode ser uma brasileira, assim como também pode não ser. Conheci varias meninas brasileiras que só sai uma vez e nunca mais, e meninas de outras nacionalidades que estavamos sempre juntas. Abra seu coração para todo tipo de amizade, ele vai dizer qual o melhor caminho a seguir, falando em Inglês ;)

BBBJ - Qual foi o seu maior aprendizado em toda essa aventura? O que você tirou de bom e ruim de tudo isso? No final, você acha que valeu a pena ter arriscado tudo e ter ido para lá?
 
KC - Meu maior aprendizado foi conhecer a mim mesma, de como eu sou capaz de sobreviver sozinha, responder por mim, resolver por mim, viver por mim. É o rompimento do seu cordão, é um grito de liberdade, se você o fizer assim. O fato de viver com o meu salário lá, economizar pra viajar, comprar e estudar, sem pedir dinheiro pros meus pais, me dá muito orgulho. Valeu muito a pena tudo do começo ao fim! Valeu a pena arriscar, deixar minha faculdade, tudo. Pois a experiência que eu tive ninguém me tira. O intercâmbio não me tornou rica, nunca foi meu objetivo ir pra lá e ganhar dinheiro, casar, ter green card. O que me atraiu foi a aventura, o desafio, eu sabia que iria ser um crescimento imensurável. E foi. Tive a sorte de ter uma host family maravilhosa que ajudou sim pra que isso tudo fosse um sucesso. 


BBBJ - Quais lugares você conheceu enquanto esteve por lá? Para onde viajou? Dá para fazer bastante coisa com o salário de Au Pair?
 
KC - Dá para fazer sim, com planejamento! Não pode sair por ai gastando tudo no outlet hein! Sei que é difícil. Planeje as viagens antecipadamente, analise quanto você vai gastar com hotel, avião e comida. E é a comida que consome um dinheiro que você não conta, por isso, é ai que mora o perigo. Você vai ter que comer, não é? Calcule +ou- quanto você gastaria por refeição em um dia e multiplique pelos dias que você vai passar fora, nao é um calculo certo, mas já ajuda. Separe um dinheiro para as compras, sempre compramos uma besteirinha. Foi assim, na ponta do lapis que fiz minhas viagens, fui a shows, estudei e dancei.
Viajei com o meu dinheiro para: New York, Los Angeles 3x, Dinseyland, Vegas 3x, North California, San Francisco zilhões de vezes. Outras viagens com a familia: Hawaii, Orange County, Disneyland 2x, Los Angeles, Davis, Lake Tahoe etc.
Esses são cidades distântes, fora as cidades que tem em volta da sua, que são lindas e vale a pena explorar.
Depois de viagens você fica sem dinheiro, mas o trabalho está ai pra isso né? Voce começa a semana de novo, junta dinheiro e planeja outra viagem.
BBBJ - No final, como foi a despedida? Você se sentiu ''perdida'' por estar largando a sua ''vida americana'' para sempre? Sentiu vontade de ficar lá? De que não tivesse um fim?
 
KC - A despedida foi trágica né? Um mês antes eu chorava toda noite, só pensava no meu baby. Pensava em tudo que vivi com minha HF, pois eramos uma família, faziamos coisas de familia, jantar juntos, assistiamos a filme, besteira na TV, ficava sentada no sofá tomando sorvete e conversando sobre o dia, faziamos as coisas juntos na cozinha, churrascos no final de semana, todos os feriados comemorados. Eu me sentia parte da familia e ia morrer de saudades de tudo. Senti vontade de ficar lá no começo, mas depois quis voltar mesmo para o Brasil e ver como iria ficar a vida nesse meu primeiro ano de volta, se nada desse certo, eu voltava para lá, as portas estão abertas. Quis voltar, ver minha familia, terminar minha faculdade e dar um tempo de au pair tbm, pois cansa viu.
No dia da minha partida foi aquele chororo, eu vendo meu host dad soluçando não tem explicação tem? E meu baby pendurado em mim, minha pequena me dando tchau se desmachando em lágrimas, agarrada na perna da mãe. Gente, é muita emoção e dói muito.




BBBJ - E o seu relacionamento com a host family depois do intercâmbio? Suas crianças ainda falam com você? Não sente medo de eles no futuro, te esquecerem?

KC -
Trocamos emails e sempre que dá, todo mês 1 ou 2x nos falamos no skype. A au pair nova fala sempre comigo e coloca as kids no skype pra mim, nos falamos sempre. Não sinto medo de eles esquecerem pois não esquece. Minha menina sempre falava até mesmo da primeira nanny dela, de quando ela tinha uns 2 anos, ela não esquece mesmo. O pequeno também não, é só manter o contato e eu vou lá em Dezembro.
BBB J - Quando voltou ao Brasil? O intercâmbio de Au Pair ajudou em alguma coisa na vida profissional?
 
KC - Voltei dia 16 de novembro de 2011 =( Acho que o intercâmbio ajudou sim, não por ser au pair, mas pelo fato de ter a experiência internacional, dos cursos que fiz, do inglês fluente. Fiz muitos cursos, usei a bolsa e paguei por eles também. Eu não tinha pena nenhuma, se fosse um curso muito importante eu pagava. ♦

Eu gostaria muito de agradecer a Karol por esse carinho todo e atenção que ela teve, ao responder todas as minhas perguntas, sendo muitas delas, já respondidas várias vezes, pelo youtube. Além de todas essas aventuras que ela contou na entrevista, ele fez aulas de dança em New York, foi ao dentista e no show do Usher (o marido dela). Quem quiser saber mais, é só assistir todos os vídeos que ela faz. Lá, ela explica como é a saúde, alimentação, o estudo e como fazer para sobreviver nos EUA.


Fiquem com o vídeo do B-Day dela no estilo americano. E espero que gostem da entrevista com essa fofa!
E preparem-se, essa é só a primeira de muitas!





6 comentários:

  1. nossa que legal me inscrevi no blog dela quero saber de tudo hehehe
    http://priscilalirow.blogspot.com.br/

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  2. Adorei! Quero muito fazer intercâmbio, mas não quero se Au Pair... Amei as fotos de NY e Hawaii, quero muito conhecer esse lugares! Beijos :)

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  3. Gente, que máximo!! *-* Amei essa entrevista, tenho muita vontade de fazer algo assim, mas meu sonho mesmo é Europa (Paris, para ser mais exata), acho que eu nunca mais voltava pra casa! hahaha
    Beijos, flor!!

    Ann;
    Vinte & Poucos

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  4. Muito bacana o post, adorei saber um pouco mais sobre o assunto.
    beijos
    Amy - Macchiato

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  5. Já pensei em ser Au Pair, mas descartei a possiblidade quando passei em uma federal. Aodrei a entrevista e adorei conhecer mais sobre ela.

    Beijos!

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  6. Adorei o blog, já to seguindo!!..
    BJs

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